Por Daiane Benso
daibenso@hotmail.com
A regra aplicada aos condutores de bicicletas é a mesma para quem conduz carros e motos. No entanto, como não há educação para o trânsito para este grupo, também não há fiscalização
Baln. Camboriú – As mesmas regras aplicadas para um motorista de veículo são para os ciclistas. Porém, percebe-se que muitos não cumprem o Código Brasileiro de Trânsito (CBT). Conforme o gestor do Fundo Municipal de Trânsito de Balneário Camboriú (Fumtran), Jaime Mantelli, o CBR prevê que o ciclista respeite o trânsito assim como o condutor de um carro. “Parar no sinal vermelho, respeitar a faixa de pedestre, obrigações que qualquer cidadão de veículos faz, também é o dever do ciclista. A aplicação de penalidade para quem não cumpre e infringe a lei existe, no entanto, desde 1997 esta lei deveria ser regulamentada e não foi”, explica.
Segundo o gestor do Fumtran, o projeto para a regulamentação é de responsabilidade do governo Federal. “Com esta não regularização, os ciclistas acabam não sendo penalizados. Somente em situações extremas isto acontece, mas mesmo assim só podem receber multa leve, que é de R$ 68, ou ainda ter a retenção da bicicleta”, ressalta Mantelli, afirmando que dificilmente estes casos ocorrem.
O gestor também enfatizou que os ciclistas muitas vezes colocam em risco a segurança dos pedestres, bem como dos motoristas de veículos. “A fiscalização feita pelos agentes de trânsito não está surtindo o efeito esperado, e talvez seja um dos motivos da imprudência”, salienta, observando que muitos acidentes com vítima fatal acontecem com ciclistas.
CICLOVIA
Para os ciclistas, a construção de mais ciclovias em Balneário Camboriú seria uma boa opção. Na cidade, as vias existem na Quarta Avenida, Quinta Avenida, avenida Beira-Rio, avenida Das Flores e na parte final da avenida Brasil. Para Mantelli, o número existente ainda é muito aquém. “Sabemos que o número é inferior, mas estamos com projetos de mais obras. Brevemente reurbanizaremos da BR-101 até a avenida do Estado com a rua 1131, a aí colocaremos ciclo faixas”, afirma o gestor, ressalvando que as obras devem começar nos próximos 60 dias.
De acordo com Mantelli, é necessária a realização de um estudo para avaliar a necessidade das ciclovias. “Precisamos repensar o trânsito e definir melhor a malha cicloviária para permitir maior mobilidade urbana e segurança aos pedestres”, concluiu.
CONSCIENTIZAÇÃO
O garçom Otávio Lenzi Neto anda diariamente de bicicleta. Segundo ele, a cidade não apresenta estrutura para a construção de mais ciclovias. “A maioria dos ciclistas não respeita o trânsito. O que precisamos é de uma forte conscientização e até mesmo de cursos para ensinar aos ciclistas as regras de trânsito”, opina.
O desempregado Auto Caetano e o entregador Maicon Fontoura da Silva concordam com Lenzi. Para Fontoura, o que falta é mais sinalização. “É fácil dizer que não respeitamos o trânsito, se não nos dão estas condições”, apontou. Caetano também acha que se a fiscalização realmente fosse feita, não existiriam tantas mortes com ciclistas. “Se todos os ciclistas soubessem as regras, eles cumpririam, e muitos acidentes e até mesmo mortes seriam evitadas”, finalizou.
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