Fotos: Deivid Couto/C&B Energy Digital |
Apenas sete dos 28 municípios que se estendem pelos 500 quilômetros da costa catarinense têm suas praias com 100% de balneabilidade, conforme o último relatório da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma). Itajaí e Piçarras fazem parte dessa estatística junto com Garopaba, Imbituba, Itapoa, Jaguaruna e Joinvile.
A capital Florianópolis lidera o ranking das praias impróprias para banho. Dos 53 pontos sem balneabilidade, 20 ficam localizados na capital do Estado. Na região do Vale do Itajaí, Itapema é a campeã: cinco praias contaminadas. Logo atrás vem Porto Belo, vizinha de Itapema, e Penha, que estão com quatro praias poluídas cada uma.
Para Marcus Polette, Geógrafo e Oceanógrafo, mestre em Ecologia e Recursos Naturais, um dos principais motivos de Itajaí estar com a balneabilidade própria é a estiagem atual. “Com a falta das chuvas, os córregos, que são os principais contribuintes de poluição dos mares da região, não estão vazando para o oceano”, explica Polette.
Ele lembra que outros fatores que contribuem para a falta de balneabilidade na região são: a demanda de população em meses de alta temporada e a falta de estrutura no serviço de saneamento básico das cidades. “Temos problemas sérios aqui em Santa Catarina em relação a balneabilidade. E isso porque estamos entre os piores estado brasileiros no quesito saneamento básico”, lembra o professor.
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Mesmo com o “Boom” da construção civil e a superlotação de pessoas em Balneário Camboriú durante alguns meses do ano, a cidade está com apenas dois pontos com a balneabilidade imprópria: Portal Norte (P.01) e a Praia de Taquaras (P.9 - Lagoa Taquaras)
Riscos para a saúde
Quando o resultado obtido é Impróprio, indica que há o risco de contaminação naquele local, e não necessariamente a contaminação. A água contaminada pode causar doenças como gastroenterite, verminoses, doenças de pele e até doenças mais graves, de veiculação hídrica como hepatite, cólera e febre tifóide.
Sobre a Pesquisa
É a Pesquisa de Balneabilidade, que analisa as águas de cada balneário e determina se estão Próprias ou Impróprias para o banho. Isto é, se estão contaminadas ou não por esgotos domésticos. A existência de esgoto é verificada através da contagem da bactéria Escherichia colia presente nas fezes de animais de sangue quente, que podem colocar em risco a saúde dos turistas e da população local.
São coletadas amostras da água do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilômetros da costa catarinense.Os técnicos fazem as coletas da água do mar a 1 (um) metro de profundidade, na quantidade de 250 mililitros em cada ponto. O material coletado é submetido a exames bacteriológicos durante 24 horas.
A Fatma seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja avaliado, concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetíveis de poluição - os de maior fluxo de banhistas. As coletas são feitas mensalmente de março a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro - o pico da temporada de Verão.
Confira os locais da região com Balneabilidade Imprópria:
- Barra Velha: Lagoa da Barra Velha (P.5) e Praia de Barra Velha (P.3)
- Bombinhas: Praia do Canto Direito (P.6)
- Itapema: Ruas 113 (P1), 227 (P.3), 205 (P.5), 163 (P.9) e Rio Bela Cruz (P.7)
- Navegantes: Praia de Navegantes (P.4) - Foz do Rio Gravatá
- Penha: Praia Alegre (P.1), Armação do Itapocorói (P.5) e (P.11) e Praia de São Miguel
- Porto Belo: Perequê (P.3) e (P.4), Praia de Porto Belo (P.1) e (P.6)
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