domingo, 15 de agosto de 2010

Ressaca no Vale: Oceanógrafo diz que fenômeno é normal

Brava: A água passou a areia e formou poças nas restingas
Depois das enchentes de 2008, outro fenômeno natural vem chamando a atenção e preocupando os moradores do litoral catarinense: A Ressaca. Esse ano, foram registradas no mínimo cinco ressacas fortes ao longo de todo litoral. Na praia da Armação, em Florianópolis, e em Barra Velha, a violência do mar foi tão grande que casas e árvores foram danificadas.

No último final de semana, a Praia Brava de Itajaí estava realmente “brava”.  Pra se ter uma ideia, as ondas formavam poças de água após a areia, junto a restinga que separa a praia da avenida beira-mar. Em Balneário Camboriú, o mar e a avenida Atlântica ficaram separados por poucos metros de areia. Já em Floripa, na praia da Armação, as ondas chegaram a dois metros de altura.

João Baptista de Carvalho, Doutor em Engenharia Oceânica , diz que o fenômeno natural é normal e acontece nessa época do ano. “Todo outono e inverno tem ressaca, e sempre é forte”, afirma.

Conforme Carvalho, o fenômeno natural acontece devido a um conjunto de alguns fatores oceanográficos, mas especialmente três deles: frentes frias, ciclone extra tropical e as ondas. “Os ventos sul-sudeste empurram a água para a costa. Associado as mudanças climáticas, a maré sobe para uma posição elevada até se transformar em astronômica”, explica o Doutor.

A situação das praias do Vale

Balneário: As ondas ficaram a poucos metros da Atlântica
Segundo Carvalho, o fato das praias estarem mais vazias nessa época do ano, transmite a sensação que a orla da praia está mais próxima do calçamento. “No verão as praias ficam mais gordas por estarem mais cheias. A tendência é a praia fazer uma autoerosão, mas como tem acontecido ressacas sistemáticas, as praias da região não estão conseguindo se recompor, por isso a água parece estar cada vez mais próxima do calçamento”, comenta o oceanógrafo.

Moles provisórios

O professor também comentou sobre como deve se agir caso a ressaca venha atingir a área residencial. “Muitos governantes ficam pressionados no calor da ressaca e colocam pedras para proteger as casas (popular moles). Além de ser muito caro, este processo apenas retarda a derrubada das casas. É melhor deixar a casa cair e construir outra depois”, avisa Carvalho. 

Confira no vídeo abaixo aonde a ressaca estava nesse final de semana nas praias do Vale do Itajaí:



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