Foto e Texto: Daiane Benso
daibenso@hotmail.com
Baln. Camboriú – Riscos de deslizamento? Questões políticas? Novas construções? Questionamentos a parte, o que ocorre é que 20 famílias que moram na rua Indonésia, no Morro do Cristo Luz, tiveram as casas interditadas e devem retirar-se do local o mais rápido possível. Porém, elas não tem para onde ir.
A Defesa Civil de Balneário Camboriú, através do diretor geral, Maurício Chedid, falou que os moradores deverão buscar outro lugar para morar, e quem não tiver aonde ir será ajudado pela Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social. “As famílias que não tiverem um local para ficar terão um lugar providenciado pela Secretaria”, garantiu.
No entanto, conforme o secretário de Desenvolvimento e Inclusão Social, Luiz Maraschin, até ontem a Defesa da cidade não tinha comunicado quantas famílias precisarão de um local. “Não temos condições para abrigar as famílias. Faremos uma reunião hoje para decidirmos algo e tentarmos criar estas condições”, ressalvou.
INDIGNAÇÃO
O técnico de telefonia, Alexandre Gusmão de Santana, mora há quatro meses na rua Indonésia, e disse que metade dos moradores não assinaram a notificação. “Não pretendemos sair daqui, não temos para onde ir. Para mim a culpa de tudo isso é da prefeitura. Eles acham que os moradores são um bando de imbecis”, disse, indignado.
A vendedora autônoma, Rita Antunes, acredita que o que está acontecendo é motivado por questões políticas. “Assinei a notificação, mas não vou sair. Acho isso uma politicagem, o que eles querem é acabar com essa rua para construir um Complexo Turístico”, afirma. Conforme Rita, que mora há mais de seis anos na rua, o proprietário das casas alugadas, Carlos da Rosa, contratou um advogado para defender todos os moradores. “A culpa disso tudo não é do senhor Carlos e nem nossa”, afirmou.
Para os moradores, a construção do binário é um dos maiores responsáveis pelo problema. “Os engenheiros fizeram um trabalho mal feito. As obras do binário mexeram com a estrutura do morro, e agora? Já que querem que saíamos daqui, que nos dêem uma casa, não somos favelados que vão ir para abrigo”, ressaltou a vendedora Rosi Néia da Cruz, que há dois anos mora no local.
“Onde eu vou com os meus três filhos? Vou ser mais um morador de rua? Querem que saíamos de um dia para o outro das nossas casas?”, desabafou o fotógrafo Juan Angel, que mora na rua há dois anos, e não assinou a notificação. “Acredito que não há risco de desabamento aqui, o que eles querem é mostrar serviço”, finalizou.
É OU NÃO É?
O secretário de Planejamento Urbano, Auri Pavoni, foi questionado se a área onde as casas estão é irregular. Conforme ele, cerca de seis a sete casas não teriam autorização para serem construídas. “Faremos uma avaliação para poder confirmar essa resposta. Não sabemos exatamente se as casas estão num espaço impróprio”, enfatizou.
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