terça-feira, 15 de junho de 2010

CRACK: A PREOCUPAÇÃO DE TODOS

Por Melissa Haigert Couto
Psicoterapeuta de Crianças e Adolescentes
melissahc@ig.com.br

O CRACK é o mal do momento, uma epidemia que toma conta do consumo de crianças, adolescente s e adultos. É uma droga muito mais perigosa do que as drogas que eram usadas a um tempo atrás. Essa droga vai direto ao Sistema Nervoso Central, sem se propagar e fazer outros caminhos pelo organismo, então causa dependência imediata.

É um entorpecente que passa o efeito e imediatamente se necessita mais, além de levar a índices tão altos de suicídio que muitas vezes nem se tem como buscar tratamento.O que levaria tantas pessoas ao uso de Crack, mesmo correndo o risco de morrer devido ao consumo? Seria pelo prazer físico que gera? Seria o desejo de afirmação, transgredindo as leis de uma sociedade? Uma busca interminável por uma falta que necessita ser preenchida? Chamar a atenção dos pais? Onipotência, transformada em uma curiosidade imprudente que se torna uma grande armadilha?

Nenhuma resposta é a mesma, nenhuma causa é igual e cada um tem um problema que para ele justifica plenamente sua atitude. Mas, a busca é comum entre eles, a do prazer imediato que acontece sem esforço algum, apenas com o consumo, por ser estimulado os “centros de prazeres” que também são chamados de “sistema de recompensa do cérebro”. Essas estruturas nos causam alegrias quando criamos algo bonito, concretizamos algo com satisfação ou simplesmente realizamos algo que nos dá prazer.

O que acontece nesses centros em relação à droga? Eles se habituam a ela, então sempre necessitam de doses maiores para a satisfação, porque se produz uma espécie de inércia, essas estruturas cerebrais não respondem mais às atividades físicas ou intelectuais, das quais a recompensa normal seria o prazer. O indivíduo acaba por se desesperar, e correr atrás das drogas, porque tem um prazer que é obtido sem esforço.

O grande combate contra a dependência química depende essencialmente da prevenção.

Como conversar com seu filho sobre o uso de não Crack:

1.Precisamos estar atentos aos filhos que temos, sempre estar por dentro de sua vida e rotina, lidar sempre com a verdade, saber ouvir, agir com clareza, para que nossas atitudes sejam referencias para eles e que se sintam bem para conversarem conosco.

2.Nunca perder a idéia de que o melhor educador é aquele que vive o que ensina, “Faça o que eu faço”, e não “Faça o que eu digo”.

3.As conversas que surtem efeitos são aquelas e que temos espaço para falar e para ouvir, esclarecer e ajudar, não julgar e criticar.

4.Falar da realidade como ela é evita maiores problemas, e todos hoje em dia sabem os malefícios do Crakc, por isso precisam ter espaço para que esse diálogo aconteça.

5.Falar abertamente sobre as consequências do uso do Crakc e dizer ao filho que este é um comportamento auto destrutivo, e que não tem volta.

6.Mas não adianta quererem estabelecer esse espaço da noite para o dia, isso é algo que precisa ser construído com confiança, segurança, educação, limites e tolerância. Os filhos devem se guiar pelos valores que os pais os ensinam.

7.A família forma o caráter do indivíduo, é responsável por seus valores de sujeito. Então, são sua referência, seu modelo, então precisam ter espaço para que conversem sobre o que necessitam.

8.O acesso a pessoas dependentes de qualquer tipo, e que tenham muita proximidade com o álcool abre o caminho para o Crack, converse sobre isso.

9.Se há consumo de bebida em casa, usem com moderação, para que não presenciem fatos embaraçosos e questionamentos do tipo:" Quem são vocês para falarem".

10.Nunca reforçar nos seus filhos a glamourização da droga, afirmando que beber é legal.

11.Converse com seu filho sempre, explique, mostre reportagens, informe-se o suficiente para isso, leia, esteja atento, esclareça o que ele tem de dúvidas. Mas se prepare, porque precisa ter as respostas para seus questionamentos. Sempre que houver um questionamento, não o deixe sem resposta, responda tudo que for perguntado com a verdade sobre os fatos. Não deixe que fiquem com dúvidas.

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